O JornalDentistry em 2017-6-22

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iBET participa em ensaio clínico inovador que utiliza células estaminais para tratamento do enfarte do miocárdio

O Consórcio que integra o iBET - Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, liderado pela Profª Paula Alves, acaba de divulgar os resultados de final de primeiro ano deste que é o primeiro ensaio clínico Europeu que utiliza células estaminais cardíacas humanas para o tratamento de pacientes com enfarte agudo do miocárdio.

Pela primeira vez na Europa é realizado um ensaio clínico de terapia celular com infusão de células estaminais cardíacas humanas.

As células estaminais cardíacas são uma pequena população de células residente no coração, com efeitos regenerativos já comprovados cientificamente por vários laboratórios.

Regeneração do miocárdio (músculo cardíaco) por terapia celular poderá salvar a vida de milhões de pessoas com doenças cardiovasculares que, segundo a Organização Mundial de Saúde, são responsáveis por 31% de todas as mortes do planeta

Os resultados agora obtidos são extremamente promissores, não tendo sido registados quaisquer efeitos adversos ou de rejeição nos pacientes.

 

 O ensaio clínico que decorre em Espanha e na Bélgica é inovador, assinalando a reta final do projeto de investigação europeu CARE-MI - CArdio Repair European Multidisciplinary Initiative. 

“Foi com grande entusiasmo que recebemos os primeiros resultados clínicos dos pacientes injectados com células estaminais cardíacas no ensaio clinico CARE-MI. Estes resultados de 12 meses de follow-up poderão ajudar a compreender o verdadeiro potencial desta terapia celular junto de milhares de pessoas que sofrem enfarte do miocárdio e insuficiência cardíaca, duas das principais causas de mortalidade nos países desenvolvidos”, refere Paula Alves, CEO do iBET e investigadora principal do iBET no CARE-MI. 

Após a infusão com as células estaminais cardíacas, os 55 pacientes que estão envolvidos no ensaio clínico têm vindo a ser acompanhados durante este último ano, com uma avaliação mensal durante o primeiro semestre e trimestral na última metade do ano. 

Os resultados agora obtidos são extremamente promissores, não tendo sido registados quaisquer efeitos adversos ou de rejeição nos pacientes. 

O principal foco deste ensaio de fase I/II recaiu na segurança e viabilidade do uso deste tipo de células, no entanto, foi igualmente possível observar no sub-grupo de maior risco (pior prognóstico) uma regeneração muito significativa do músculo cardíaco. Estes resultados abrem caminho a um estudo e acompanhamento mais dirigido deste tipo de pacientes e reforçam a expectativa de que a terapia com células estaminais cardíacas humanas se pode tornar numa terapia inovadora e mais eficaz para este tipo de doentes cardíacos.

“Estes resultados clínicos não só abrem portas para novos estudos em grupos mais específicos de doentes, como reforçam as nossas expectativas de que esta terapia reúne as condições necessárias para avançar para comercialização porque é económica e logisticamente viável, estará amplamente disponível para aplicação e será também compatível com os padrões atuais de tratamento clínico e, por isso, de fácil aplicação”, sublinha a investigadora.

 

Células de qualidade e em quantidade para satisfazer exigências clínicas

O papel do iBET neste projecto incluiu o desenvolvimento de métodos robustos e rigorosamente controlados para expandir células estaminais humanas de elevada qualidade e na quantidade necessária para satisfazer as exigências clínicas.  

O iBET tem também vindo a explorar estratégias inovadoras de cultura celular que recriam as condições ambientais adequadas à expansão de células estaminais cardíacas adultas de origem humana e à diferenciação de células estaminais pluripotentes induzidas (células iPS) em cardiomiócitos (células do músculo cardíaco).

Paralelamente, têm sido implementadas técnicas analíticas baseadas em espetrometria de massa para garantir não só uma caracterização mais rigorosa das células estaminais e dos cardiomiócitos, mas também para identificar novas moléculas com um papel importante no processo de regeneração cardíaca.

Na sequência deste projeto, o iBET integra já novos projetos nacionais e europeus que visam dar continuidade ao trabalho desenvolvido e, como sublinha Paula Alves, “o conhecimento e tecnologias desenvolvidos ao longo do CARE-MI continuam a ser explorados para aplicação no contexto de outros projetos e produtos em investigação no nosso instituto”.

Sobre o iBET

Fundado em 1989 como uma instituição de Investigação e Desenvolvimento (I&D) vocacionada para estabelecer pontes entre a academia e a indústria, o iBET é hoje a maior instituição privada portuguesa sem fins lucrativos, dedicada à investigação em biotecnologia, área em que foi pioneiro.

Referência global na aplicação da biotecnologia à saúde e no desenvolvimento de vacinas, biofármacos e novas terapêuticas mais eficazes, o IBET tem vindo também a aplicar os princípios da Biotecnologia à Nutrição Clínica, à Indústria Alimentar e ao setor Agroflorestal. 

O Instituto desenvolve em simultâneo cerca de 70 projetos de I&D, assegurados por cerca de 120 investigadores, engenheiros, técnicos e bolseiros, e as suas competências são apoiadas por uma rede académica dinâmica e multidisciplinar o que, juntamente, com a sua estrutura orientada para a obtenção de resultados aplicados, lhe permite transferir o conhecimento que cria para as empresas, ajudando-as a inovar, a criar valor, emprego e crescimento económico.  

 

info.ibet@ibet.pt.                www.ibet.pt/

 

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