A exigência dos tempos em que vivemos

Este será talvez o texto mais difícil que me pediram para escrever em toda a minha carreira. É uma responsabilidade enorme tentar comunicar de forma eloquente e clara sobre esta doença na fase em que todos vivemos e que nos afeta profundamente em todos os planos das nossas vidas.

António Duarte Mata, DDS, PhD, FICD - Professor Catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

Todos os arquétipos que temos enquanto seres humanos para responder a questões, misturam-se num turbilhão intelectual difícil de serenar. Mistura-se o dogmatismo da fé com o raciocínio filosófico e a objetividade científica. Eu próprio fiz disso mesmo testemunho quando a 17 de março último perdi a minha mãe, que com um alzheimer avançado não resistiu a complicações derivadas de uma fratura do colo do fémur sofrida em janeiro.

Morreu sozinha, sem o apoio das únicas pessoas que ainda conhecia (a minha cunhada, o meu irmão e eu próprio) porque a instituição em que se encontrava proibiu compreensivelmente as visitas em consequência da Covid-19. As dificuldades subsequentes nos preparativos fúnebres impediram a homenagem merecida que todos gostaríamos, numa cerimónia minimalista que não lhe fez justiça.

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— Artigo publicado na edição de abril de 2010 do "O JornalDentistry" em versão impressa e digital da autoria de António Duarte Mata, DDS, PhD, FICD - Professor Catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.

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