O JornalDentistry em 2018-5-27

CRÓNICAS

Dor Orofacial e DTM - A SPDOF e o futuro

A Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) elegeu no passado dia 24 de março, em Coimbra, os novos órgãos sociais para o triénio2018-2021.

Dr. Júlio Fonseca, presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial

A nova constituição dos corpos sociais traduz mais uma vez amultidisciplinariedade que carateriza a SPDOF, estando representadas várias valências: medicina dentária, cirurgia maxilo-facial, estomatologia, fisioterapia e terapia da fala. Tenho a honra de, como médico dentista, anterior vice-presidente e um dos fundadores da SPDOF, ter sido eleito presidente para o novo triénio, sucedendoao meu colega e amigo, o Dr. David Sanz, cirurgião maxilo-facial.

A SPDOF foi fundada em 2014. Organizou dois congressos nacionais decorridos em 2015 e 2016, em 2017 apresentou dois meeting days (um sobre distúrbios musculares e outro sobre bruxismo e sono) e eventos de formação contínua para profissionais diferenciados na área e para clínicos de medicina geral e familiar.
O III Congresso da SPDOF decorreu em março último, nas instalações da Fábrica de Santo Thyrso. Três dias de um programa científico de excelência em torno do tema "O Estado da Arte em DTM e Dor Orofacial". Este III Congresso, já reportado no anterior número deste jornal, foi sem dúvida a consolidação daquilo que é a génese da SPDOF: um evento verdadeiramente multidisciplinar, que procurou responder às necessidades de formação das mais diversas áreas envolvidas e que promoveu palestras e mesas redondas de elevado rigor científico e pedagógico. A SPDOF tem procurado desenvolver ferramentas de apoio, de informação e de formação clínica e científica relativas às áreas de interesse da sociedade.
Em cada Congresso apresentámos uma publicação em livro. Muito nos honra o lançamento em 2018 do III Livro SPDOF, com o título “Bruxismo: do diagnóstico à reabilitação”. A adesão ao projeto de muitos dos autores e investigadores de centros de referência internacionais sobre bruxismo, nos quais mais se investiga e publica sobre esta temática, é demonstrativa da credibilidade científica da SPDOF a nível nacional e internacional.
Quando fundámos a SPDOF agitámos um terreno que estava "adormecido" na cultura científica portuguesa. Como qualquer pedra que gera uma onda quando cai na água, a SPDOF agitou a água e gerou reflexão em todos os sentidos. Temos a consciência de quais eram os nossos objetivos e sabemos que, em prol dos doentes, um conhecimento científico multidisciplinar era o nosso caminho.
Hoje, podemos dizer com segurança, ao olhar para o passado, que todos os nossos objetivos foram cumpridos. A cultura científica nas áreas da DTM e Dor Orofacial lucrou manifestamente com a SPDOF. Cada vez mais ouvimos falar de Disfunção Temporomandibular. É sinal que a sociedade está a fazer bem o seu trabalho e a colocar o assunto na ordem do dia, nos mais diversos campos científicos e mediáticos.
Os estudos científicos têm revelado o caráter etiológico multifatorial da DTM e Dor Orofacial.
Nesse sentido a abordagem destas patologias tem que ser obrigatoriamente interdisciplinar. É essencial uma formação e informação adequadas entre todos os profissionais, e a utilização de conceitos, taxonomia, classificação e abordagens semelhantes. Reconhecendo esta necessidade, a SPDOF irá repetir durante o ano de 2018 e 2019 o seu programa de formação contínua com três níveis de diferenciação.
Estamos já a trabalhar também na nossa próxima publicação, que visa estabelecer um conjunto de orientações e guidelines relativas à abordagem dos doentes com DTM, dor orofacial, roncopatia e apneia do sono. Tudo para revelar em 2020, no nosso IV Congresso SPDOF, na regiãocentro de Portugal. Esperamos por si, na família SPDOF.

 

Dr. Júlio Fonseca — Médico Dentista, Licenciado em 2004 pelo Departamento de Medicina Dentária, Estomatologia e Cirurgia Maxilo-Facial da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC); Pós-Graduado em Reabilitação Oral Protética pelo Departamento de Medicina Dentária, Estomatologia e Cirurgia Maxilo-Facial da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Mestre em Patologia Experimental pela FMUC com tese na área do Bruxismo; Aluno do Doutoramento em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Assistente Convidado das Disciplinas de Anatomia Dentária, Fisiologia do Aparelho Estomatognático e Reabilitação Oclusal do Mestrado Integrado em Medicina Dentária do DEMDCMF da FMUC até 2015; Eleito pela Revista Saúde Oral como Figura do Ano 2013 em Portugal na área da Oclusão.; Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) no triéno 2015-2018; Presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) no triéno 2018-2021; Vice-Presidente da Seção do Sono da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF); Membro Suplente do Conselho Deontológico da OMD; Autor e Co-Autor de diversos artigos científicos/trabalhos publicados em revistas/congressos nacionais e internacionais; Conferencista e Docente de Cursos nas áreas da Prostodontia, Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular; Responsável pela consulta de Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular da OrisClinic (Coimbra) e Centro Visages (Viseu)

Artigo publicado no "O JornalDentistry" de maio de 2018  edição impressa e digital

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