O JornalDentistry em 2017-1-11
De acordo com diversos estudos as micro-hemorragias cerebrais (MHCs) são considerados um importante marcador preditivo de acidente vascular cerebral (AVC). Uma pesquisa sugere ainda que o Streptococcus mutans cnm positivo, um tipo de bactéria oral associada à cárie dentária, está envolvido no desenvolvimento de MHCs.
Ao investigar esta conexão entre as bactérias orais e os MHCs, uma equipe de pesquisadores japoneses descobriu que a Streptococcus mutans cnm positivo é um novo fator de comprometimento cognitivo associado aos MHCs e, portanto, pode estar associada a distúrbios como acidente vascular cerebral (AVC) e demência. Pesquisadores da Universidade de Medicina de Kyoto, Japão, examinaram 279 pacientes (idade média de 70 anos) para a presença ou ausência de Streptococcus mutans cnm positivo na saliva. Além disso, avaliaram-se a função cognitiva, o estado de saúde dentária e a prevalência de MHCs. O exame oral incluiu o número de dentes remanescentes, a presença ou ausência de cárie dentária e o estado periodontal dos participantes. No grupo de estudo, 94% testaram positivo para Streptococcus mutans cnm, 33% para Streptococcus mutans cnm positivo e 25 por cento mostraram atividade de ligação ao colagénio associada ao Streptococcus mutans. A ressonância magnética ao cérebro detetou MHCs em 73 participantes (26%). Quanto ao exame dentário 31% dos participantes tiveram cárie dentária. O número médio de dentes remanescentes foi de 22,7 ± 7,5. As análises mostraram que Streptococcus mutans cnm positivo foi detetado mais frequentemente entre os participantes com MHCs . Além disso, a percentagem de pacientes com cárie dentária foi significativamente maior no grupo com atividade da proteína cnm positivo. Segundo os pesquisadores, as descobertas sugerem um mecanismo molecular para a interação entre infeções orais crónicas e distúrbios geriátrico, como acidente vascular cerebral (AVC) e comprometimento cognitivo. Para esclarecer a causalidade, seria de todo o interesse realizar um estudo de intervenção voltado para o cuidado oral e a microbiota em indivíduos com MHCs. Como os dados atuais suportam a importante influência da microbiota oral sobre a doença neurológica, sugerem uma maior colaboração entre pesquisadores de medicina dentária e médicos. Fonte: Scientific Reports journal . |
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