O JornalDentistry/BA&N em 2016-12-21

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Estudo “Diagnóstico Profissionais de Medicina Dentária” traça radiografia da profissão

Com perto de 2 mil participantes, num universo de 10 mil médicos dentistas, o estudo “Diagnóstico Profissionais de Medicina Dentária” tem validade estatística. As conclusões mostram que os primeiros efeitos da ligeira retoma da economia portuguesa começam a ter impacto nos consultórios e clínicas de medicina dentária.

O estudo da consultora independente QSP (www.omd.pt/diagnostico-medicina-dentaria) teve por objetivo conhecer a realidade dos médicos dentistas no seu trabalho diário. As conclusões permitem traçar o quadro das condições de trabalho dos médicos dentistas, nomeadamente as motivações profissionais, as horas de trabalho, o número de clínicas e consultórios onde trabalham e outros aspetos como, por exemplo, as comodidades oferecidas aos utentes.

No relato de 39,2% dos inquiridos, o número de consultas manteve-se estável no último ano, tendo 14,1% relatado uma diminuição de doentes. Ainda assim, há 46% de médicos dentistas que afirmam ter registado um aumento de doentes nos consultórios, sendo que em 75% destes casos houve um aumento superior a 11%.  
 
Entre os médicos dentistas que mencionam uma quebra de consultas, 93% considera que o contexto socioeconómico do país dos últimos anos influenciou esta descida. Mais de 77% dos profissionais tomou medidas para reverter a situação, entre as quais a implementação de facilidades de pagamento (35,9%) e o ajustamento dos horários de atendimento (30,4%).
 
O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, explica que “esta subida de doentes tem de ser vista num contexto específico. A crise económica que o país enfrentou afetou profundamente a medicina dentária, que caiu para patamares de procura muito baixos. O crescimento que alguns médicos dentistas dizem sentir ocorreu no último ano. Partiu por isso de um nível muito baixo e, ainda assim, quase 53% dos consultórios e clínicas não registaram aumentos de procura. A recuperação faz-se lentamente e ainda vai demorar tempo até atingirmos os níveis de procura pré-crise.”
 
O principal fator de escolha e fidelização dos doentes é, na opinião dos médicos dentistas, a confiança, a recomendação de amigos e familiares, e a competência técnica e clínica do profissional.
 
Os médicos dentistas abrangidos pelo estudo afirmam ainda que os utentes aceitam os procedimentos propostos (77,4%) e quando recusam, fazem-no, maioritariamente, por questões financeiras (93%).
 
60% Dos doentes efetuam o pagamento integral da consulta no ato; 13% recorrem a um seguro de saúde e 11% a um subsistema de saúde. O cheque dentista é utilizado por 7% dos doentes e 5% salda a consulta através de um plano de saúde.
 
Em média, cada médico dentista realiza 40 consultas por semana e são os homens com idades entre os 31 e os 40 anos, a exercer há mais de dez anos, quem realiza mais consultas.
 
Há, no entanto, 7% de médicos dentistas que responderam ao inquérito que têm menos de 10 consultas por semana, e 9% que realizam mais de 70 consultas por semana.
A maior parte (64,3%) dos médicos dentistas exerce a atividade em um 37,3% ou dois consultórios ou clínicas (27%), sendo de salientar que quase 62% dos médicos dentistas com mais de 51 anos têm a sua atividade num só consultório/clínica.
 
Dos médicos dentistas que exercem em mais do que quatro consultórios ou clínicas, 70% dedicam-se, especificamente, a uma área da medicina dentária.
 
Os típicos consultórios ou clínicas de medicina dentária têm geralmente um (57%) ou dois (45%) gabinetes, e mesmo os médicos dentistas que exercem em mais de quatro consultórios referem que estes têm no máximo dois gabinetes. Cruzando os dados percebe-se que até nos consultórios mais pequenos exercem quase sempre pelo menos dois médicos dentistas.
 
Entre os que responderam ao estudo, 95% conta, com limpeza regular diária no consultório ou clínica, havendo 86% com televisão na sala de espera, 81% disponibilizam informação sobre saúde oral e quase 70% oferece internet sem fios.
 
Há 58% de médicos dentistas que se dedicam especialmente a uma área; 26% cirurgia oral, 25% implantologia e outros 25% a estética dentária, quando os doentes necessitam de tratamentos específicos noutras áreas, 90,8% dos inquiridos referencia-os para outros colegas.
 
Os três tratamentos clínicos realizados com maior frequência pelos médicos dentistas são o tratamento de caries (78,8%), as destartarizações (52,7%) e os tratamentos endodônticos (41,4%).
 
De notar que 81% dos médicos dentistas referem dispor de todas as valências da saúde oral nos seus consultórios e clínicas e que apenas 43% trabalham no mesmo espaço com profissionais de outras especialidades médicas.
 
Quando existe outra oferta médica, ela é essencialmente de medicina geral e familiar (56%), análises clínicas (47%) e enfermagem (38%). Apenas em 13% dos consultórios ou clínicas de medicina dentária é possível encontrar oferta de serviços ligados à área de bem-estar.
 
Para os médicos dentistas a existência de consultórios em superfícies comerciais é considerada inapropriada, por não dar credibilidade à oferta de cuidados desta natureza (95,6%); por outro lado, a grande maioria dos inquiridos neste estudo considera positiva a coabitação com outras áreas de saúde por serem atividades complementares (92,3%).
 
Questionados sobre o que mais gostam na profissão de médicos dentistas, 43,7% refere o fato de estar a contribuir para melhorar a saúde da população. Em segundo lugar aparece a interação com os doentes (24%) e em terceiro a autonomia e independência (15%).
 
As conclusões deste estudo evidenciam contudo que os médicos dentistas mais novos gostam da vertente resposta aos problemas da sociedade; enquanto médicos dentistas com idade mais elevadas valorizam a autonomia e independência que a profissão lhes atribui.
 

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