BA&N - OJD em 2015-10-30

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II Barómetro Nacional de Saúde Oral mostra que mais de 16% dos portugueses cortou nas consultas de medicina dentária

Quase metade dos portugueses não vai ao médico dentista há mais de um ano

As conclusões do segundo Barómetro Nacional de Saúde Oral revelam que 46,7% dos portugueses não consultam um médico dentista há mais de um ano, sendo que quando questionados sobre a regularidade com que vão a consultas de medicina dentária há 9,5% que responde nunca.

Há ainda 7,7% de portugueses que não vão ao médico dentista há pelo menos 5 anos e 34,3% nunca visita o médico dentista ou apenas o fazem em caso de urgência. São dados do II Barómetro Nacional de Saúde Oral realizado, este ano, pela consultora QSP em todo o país, incluindo as regiões autónomas.
Mulheres, jovens, residentes no Interior Norte e de classe social mais elevada são quem mais marca consultas no médico dentista, estando no extremo oposto os mais idosos, habitantes no sul do país e da classe social D, a que tem menores rendimentos.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, “estes dados são preocupantes devido ao impacto que a saúde oral tem nas doenças cardiovasculares, diabetes e outras e que estão intimamente ligadas à alimentação. O que este Barómetro nos mostra é que são as pessoas mais desfavorecidas quem tem maiores dificuldades no acesso a consultas de medicina dentária com consequências terríveis para a saúde em geral”.
As conclusões do Barómetro mostram que apenas 28% dos portugueses têm a dentição completa e que mais de 37% da população tem falta de mais de 6 dentes, uma subida de 5% face ao I Barómetro realizado em 2014.
Quando faltam mais de 6 dentes começam a existir problemas de mastigação e há alimentos essenciais que são evitados, até porque 54% dos portugueses que têm falta de dentes não têm nada a substitui-los.
O barómetro revela que apenas 1,2% dos inquiridos consultou um médico dentista por recomendação de outro médico. Um resultado tanto mais grave quanto o Barómetro mostra que não existe o hábito de marcar consultas para a realização de check-ups dentários. 41,3% Dos portugueses nunca marcam consulta para esse fim ou fazem-no menos de uma vez por ano. E só 8,9% marca consulta para check-up quando o seu profissional de saúde recomenda.
É uma situação que Orlando Monteiro da Silva considera “urgente combater, a saúde oral não pode continuar a ser vista como um parente menor da medicina. É imperativo que haja uma maior ligação entre as várias áreas da medicina, incluindo a medicina dentária. Só há boa saúde se houver uma resposta integrada”.
A crise económica e financeira continua a sentir-se no acesso dos portugueses a cuidados de saúde oral e 16,3% dos inquiridos admitem que reduziram o número de visitas ao médico dentista nos últimos 12 meses e 59,4% justifica este corte com questões monetárias.
Orlando Monteiro da Silva sublinha que “existe uma correlação negativa entre a falta de dentes e a regularidade nas visitas ao médico dentista: quando a falta de dentes é maior, a frequência de visitas diminui”.
Apenas 6,9% dos portugueses recorreu ao Serviço Nacional de Saúde para consultas de medicina dentária nos últimos 12 meses, destes, 22,3% não viram o seu problema solucionado e a metade não foi sequer indicada a consulta a outro profissional.
O Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas afirma que “este é um problema sem fim à vista, a oferta de consultas de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde é completamente residual. É preciso colocar médicos dentistas nos centros de saúde e nos hospitais públicos e estabelecer convenções entre o Estado e com clínicas e consultórios de medicina dentária. Os doentes chegam aos nossos consultórios cada vez mais doentes, estamos a gastar mais dinheiro a curar, quando gastaríamos muito menos a prevenir. A médio prazo sai sempre mais barato prevenir do que curar, seja em comparticipações, seja em dias desperdiçados seja em qualidade de vida”.
Resumo da Ficha Técnica:
Foram realizadas 1102 entrevistas presenciais. A amostra foi construída através do método de amostra estratificada proporcional, garantindo a representatividade estatística de todas as regiões portuguesas, segundo dados do INE. A margem de erro teórica é de 3,1% para um intervalo de confiança de 95%.
O Barómetro Nacional de Saúde Oral poderá ser consultado no site do Observatório de Saúde Oral da Ordem dos Médicos Dentistas em: www.omd.pt/observatorio.

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