JornalDentistry em 2025-6-03

ARTIGOS

A fixação de corante fluorescente a proteínas do cancro oral pode gerar uma poderosa ferramenta de previsão para vários tipos de cancro

Cerca de 10 milhões de pessoas nos EUA têm doenças pré-malignas orais, um grupo de doenças que se manifestam como manchas vermelhas, brancas ou ásperas na boca e que podem — ou não — evoluir para cancro.

Talvez 7% a 10% destes casos evoluam para cancro. Para os médicos dentistas e médicos que monitorizam estes pacientes, a questão é: quem tem maior probabilidade de desenvolver cancro e, portanto, beneficiaria de mais intervenção?
 
Dauren Adilbay, M.D., Ph.D., está a tentar responder a esta questão através de um novo projeto de investigação. Adilbay é um cirurgião de cancro de cabeça e pescoço com foco especializado em reconstrução microvascular e cirurgia da tiroide. Também realiza investigação e tem feito trabalhos utilizando compostos fluorescentes para iluminar áreas problemáticas, como o cancro e os nervos.
 
O seu novo projeto procura anexar corante fluorescente a proteínas que já foram identificadas como biomarcadores de cancro oral e depois observar como esses corantes aparecem no tecido humano. Por fim, se a ideia resultar, um médico dentista poderia administrar o corante, através de uma injeção ou bochecho oral, a um paciente com leucoplasia ou outra doença pré-maligna oral e, em seguida, utilizar uma câmara especial para verificar se o corante se acumulou num local específico. Isto indicaria que aquela zona tem um elevado potencial para se tornar cancro e deve ser tratada de forma mais agressiva.
 
Adilbay disse que o modelo atual para pessoas com doenças pré-malignas orais não está a funcionar.
"Normalmente, monitorizamo-los ou tratamo-los de forma mais agressiva, com ablação a laser, crioablação ou cirurgia", disse. "Mas, na verdade, nenhuma delas provou que está a ajudar."
 
Vários ensaios clínicos tentaram determinar o melhor curso de ação, utilizando tratamentos que vão desde a vitamina E à metformina, um medicamento para a diabetes tipo 2.
 
"Estão a tentar usar muitas coisas diferentes para administrar aos doentes por via oral para tratar estas lesões pré-malignas antes que se transformem em cancro. Infelizmente, pelo menos até à data, nenhuma delas teve sucesso", disse.
 
Um ensaio clínico que parece promissor está a utilizar o medicamento de imunoterapia nivolumab. Mas o nivolumab pode causar efeitos secundários, principalmente problemas no sistema digestivo, danos nos pulmões e no fígado.      Para a maioria das pessoas, os efeitos secundários são uma compensação tolerável pelo tratamento do cancro ou pela prevenção de um cancro com elevada probabilidade de se desenvolver. No entanto, se os médicos não souberem a probabilidade de alguém desenvolver cancro, o equilíbrio desta compensação      altera-se.
"Dar-lhes este tipo de terapia agressiva pode ser demasiado", disse Adilbay.
Outras partes do corpo também possuem revestimentos mucosos que podem desenvolver cancro. Se o projecto de Adilbay se revelar viável, poderá potencialmente passar a fazer fluorescência em lesões pré-malignas no cólon ou no revestimento brônquico, que têm uma grande probabilidade de se tornarem cancro.
 
 
 
 
Fonte:  Medical University of South Carolina /MedicalXpress
Foto: Unsplash/CCO Public Domain

Recomendado pelos leitores

Estudo mostra benefícios a longo prazo de salvar dentes 'sem esperança'
ARTIGOS

Estudo mostra benefícios a longo prazo de salvar dentes 'sem esperança'

LER MAIS

Perturbação do ritmo cardíaco atribuída a bactérias presentes nas nossas gengivas
ARTIGOS

Perturbação do ritmo cardíaco atribuída a bactérias presentes nas nossas gengivas

LER MAIS

Dor de dentes por comer algo frio? A culpa é dos peixes antigos
ARTIGOS

Dor de dentes por comer algo frio? A culpa é dos peixes antigos

LER MAIS

Translate:

OJD 128 MAIO 2025

OJD 128 MAIO 2025

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.