O JornalDentistry em 2019-9-19

EDITORIAL

Setembro é o mês das reentrés!

Após o período de férias tudo reentra. A escola, o trabalho, as rotinas, os projetos suspensos, as contas, as responsabilidades, a gestão, os negócios, a formação e, até neste ano de 2019, a política.

Célia Coutinho Alves, DDS, PhD, médica dentista doutorada em periodontologia, diretora do "O JornalDentistry"

E neste mês a palavra de ordem é “liderança”. São os líderes fortes? São animais políticos? Preocupam-se com o país ou com os seus umbigos e egos partidários? 

Simon Sinek afirma que “liderança não é estar no comando. Liderança é cuidar de quem está sob a responsabilidade do líder”. E eu dou-me conta a transpor esta ideia para a medicina dentária. Nesta área, e quer se tenha enveredado por uma carreira académica, clínica, empreendedora ou políica, a verdade é que a liderança é uma característica indispensável para o sucesso. E em qualquer destes cenários cabe ao líder escolher, motivar e fazer crescer os seus colaboradores, os que com ele fazem o projeto nascer, crescer, sobressair. Estou de acordo com aqueles que afirmam que o quociente de hospitalidade (QH) é o fator mais importante na poderosa e secreta estratégia do sucesso nos negócios. 

O quociente de hospitalidade não é mais nem menos do que a capacidade que cada um tem de tornar a experiência que proporcionamos àqueles com quem trabalhamos, tratamos, ensinamos, influenciamos, cuida- mos ou amamos, uma experiência única. A forma como somos capazes de tornar especial e personalizado o contacto, o tempo, a dedicação com que presenteamos os que servimos. Cada tratamento, ensinamento, cada consulta, momento de receção, de esclarecimento duma dúvida, deve ser um momento personalizado. Cada um de nós lembrar-se-á muito mais da experiência de visitar uma clínica, ou ser tratado num consultório nos fez sentir, do que de qualquer outro fator. 

As pessoas com um QH alto apresentam nove características comuns: bondade, empatia, otimismo, integridade, ética no trabalho, autoconsciência, antecipação, inteligência curiosa e criatividade espontânea. Quando todas essas técnicas são usadas por membros de uma equipa clínica, os pacientes dirão que a sua clínica e a sua equipa são os seus favoritos, não necessariamente os melhores, mas os seus favoritos! É difícil alguém argu- mentar o contrário quando alguém diz que uma clínica, um médico, um líder, um professor, um político é o seu favorito. Este é o melhor e também o marketing mais barato. É óbvio que todos os líderes querem inovar e ter clínicas que apresentem os melhores serviços, a melhor qualidade, o melhor equipamento, a tecnologia mais atualizada e os melhores siste- mas. Mas o mais importante são as pessoas. As equipas de trabalho com alto quociente de hospitalidade apresentam um “batimento cardíaco” que o paciente sente como uma experiência positiva e diferenciadora que é registada como a “favorita” e que fica na sua memória para sempre. Este é o segredo da fidelização. Na relação médico-paciente, médico-assistente, líder-colaboradores. 

Neste mês das reentrés clínicas, científicas e políticas, é imperativo falar de líderes. As nossas instituições educativas e programas de formação atuais ainda estão focados em formar gestores eficientes em vez de ajudar a desenvolver grandes líderes. São eles e só eles que sabem cuidar, com um quociente de hospitalidade gigante, dos que estão sob e sua responsabilidade. “Os líderes mais depressa sacrificam o que é deles para salvar o que é nosso. E nunca sacrificam o que é nosso para salvar o que é deles. É isto que significa ser um líder. E quando estamos certos que nos manterão seguros, seguiremos atrás deles e trabalharemos para que as suas visões ganhem vida e com orgulho chamaremos a nós próprios seus seguidores” – Simon Sinek in “Os líderes comem por último”. 

Sejamos líderes! Bom regresso ao trabalho! Boas leituras! 

 

 

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