JornalDentistry em 2024-11-13

EDITORIAL

O futuro da civilização

Embora pareça que somos cada vez mais, somos poucos para as tarefasde que necessitamos para viver. Os recursos naturais parecem estar a diminuir para uma população a aumentar as necessidades sem aumentar o seu contributo.

Os recursos humanos na Europa decrescem e a imigração impõe-se. Nunca é a economia que abre e fecha as fronteiras. É a necessidade de ver as nossas necessidades satisfeitas. E depois das básicas, sã oas que buscámos ou acreditamos merecer que nos guiam nos passos e por onde os damos na vida.

Somos cerca de 8.2 bilhões. A Ásia abriga mais de 60% da população mundial, com mais de 4 bilhões de pessoas. A China e a Índia sozinhas têm 37% do total de pessoas no mundo. Essa marca é seguida pela África, com 1 bilhão de pessoas, 15% da população mundial. As 733 milhões de pessoas a viver na Europa correspondem a 12% da população mundial.                                                                                                                   

A América do Norte tem uma população de 360 milhões, 5%, e a América Latina, cerca de 640 milhões, 9%. Na Oceânia vivem cerca de 35 milhões, apenas 0,5% da  população mundial.

Mas a ONU estima que a população mundial chegará aos 10,2 bilhões em 2100.

No entanto, outros autores já vieram dizer que com a quantidade de espermatozoides no sémen de homens em idade fértil a baixar 50% em 50 anos, a população só crescerá até 2080, começando a baixar a partir daí até ao final do século XXI.

Uma mudança demográfica que significará que, em 2080, as pessoas com mais de 65 anos ultrapassarão as que têm menos de 18 anos. Mas eu nunca tinha pensado nisto desta maneira. 

Uma das razões apontadas pelos sociólogos para a taxa de fertilidade diminuir está relacionada com os direitos e oportunidades conquistados pelas mulheres no que respeita ao seu papel na sociedade. Uma mulher a trabalhar tem, aparentemente, menos tempo ou vontade de contribuir para a sua descendência. E, portanto, quando juntamos um sémen 50% menos fértil e uma mulher 50% mais ocupada, temos o resultado perfeito para diminuir a taxa de fertilidade para menos de 2,1, a mínima que permite que 2 seres humanos se reproduzam em outros 2 seres humanos.

E se assim for, as próximas gerações têm mesmo de incorporar sistemas inteligentes. Sistemas de “operacionais” que dominem e executem tarefas básicas e programáveis, as tais que possam satisfazer as nossas necessidades básicas humanas.                         

Que cultivem, construam, limpem, cozinhem ou transportem. Com uma população de pirâmide invertida com mais velhos que jovens, não haverá quem as assegure. Nem os imigrantes, pois essestambém envelhecerão.

E é por isso que a IA, tema incontornável dos nossos tempos, não tem volta atrás.         

E será cada vez mais generativa, capaz de criar conhecimento, sempre que beneficiar da aprendizagem com um interolocutor culto e criativo. Treinar os sistemas de inteligência artificial generativa, conseguindo dar-lhe estímulos (prompts) com os quais eles possam aprender e avançar no conhecimento, é o futuro.

Ser treinador de IA generativa não será para todos, mas todos beneficiaremos deles. É a profissão do futuro. E pode ser o futuro da civilização. E dos médicos dentistas.

 
Célia Coutinho Alves, Médica Dentista Especialista em Periodontologia
pela OMD, Doutorada em Periodontologia pela Universidade Santiago de Compostela

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