O JornalDentistry em 2017-3-31

ARTIGOS

“As sinergias entre a medicina chinesa e a medicina dentária refletem-se numa recuperação mais rápida pra o paciente”

A medicina chinesa tem mais de cinco mil anos de história e difere da ocidental por olhar para as doenças como uma disfunção emocional ou energética, como nos explica a Dra. Helena Justo, terapêuta de medicina chinesa

Dra. Helena Justo

O JornalDentistry – Como encara a medicina chinesa os problemas da cavidade oral e da região orofacial?
Helena Justo - Para a medicina chinesa a cavidade oral é um importante ponto de diagnóstico. Os terapeutas de medicina chinesa usam a língua para diagnosticar o estado dos órgãos, por exemplo. A sua cor, largura, densidade, capa, podem ser uma
poderosa ferramenta de diagnóstico. Para a medicina chinesa, a cavidade oral “pouco saudável” é mais do que isso: pode ser uma manifestação interna de disfunções digestivas e orgânicas que têm que ser tratadas de raiz.
O JornalDentistry - De que modo pode um desequilíbrio da saúde oral influenciar negativamente todo o nosso bem-estar e até o funcionamento de outros órgãos?
Helena Justo - Um desequilíbrio oral tem que ser observado pela medicina chinesa de uma forma geral de causa efeito. Deve questionar-se se o desequilíbrio oral está a provocar alterações orgânicas, ou se são essas mesmas alterações que se manifestam na saúde oral. Uma inflamação constante num dente, por exemplo, vai provocar dor e infeção, mas para a medicina chinesa estas situações alteram também energética e emocionalmente o paciente. A dor vai provocar contração muscular que pode desencadear alterações da coluna, rigidez muscular e aumento da toxicidade interna. Em consequência, verifica-se um aumento da função energética do fígado, para nós responsável pela saúde dos músculos e pelo bem-estar emocional.
Deste modo, um tratamento de medicina chinesa não irá incidir apenas na zona corporal onde existe dor ou infeção, mas terá que ser um tratamento mais generalizado para evitar consequências físicas e sobrecarga orgânica.
O JornalDentistry - Que sinergias existem entre a medicina chinesa e a medicina dentária?
Helena Justo - A medicina chinesa age em complementaridade, melhorando a sua condição emocional, relaxando músculos e tendões e aumentando a capacidade anti-inflamatória do corpo. Desta forma, até mesmo o médico dentista terá mais facilidade na execução das suas técnicas, pois o paciente vai necessitar de menos quantidade de anti-inflamatórios e de analgésicos.
Costumo ter pacientes encaminhados por médicos dentistas em que as sinergias entre a medicina chinesa e a medicina dentária se refletem numa recuperação mais rápida para o paciente.  A medicina chinesa tem resultados muito eficazes principalmente nos casos de bloqueio de ATM, disfunção articular, tensão muscular, dores nevrálgicas, refluxo esofágico, azias e alterações digestivas, aftas de repetição, bulimia e alterações emocionais provocadas por stress.
O JornalDentistry - Tem pacientes que são médicos dentistas?
Helena Justo - Tenho pacientes médicos dentistas, alguns deles em tratamentos semanais e outros já apenas em tratamentos mensais de prevenção. As principais patologias de que sofrem são principalmente músculo esqueléticas, consequência de má postura. Situações de contraturas musculares, alterações da postura, protrusões e hérnias cervicais e lombares, são as mais frequentes.
 

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